Muqui em Foco | A notícia na hora certa!: Grupos de folias de reis tomam conta das ruas de Muqui no próximo sábado (21)
Publicado: quinta-feira, 19 de setembro de 2013
Postado por marcio

Grupos de folias de reis tomam conta das ruas de Muqui no próximo sábado (21)

Trajando indumentárias coloridas, com chapéus enfeitados por fitas e flores, e entoando canções religiosas, 70 grupos de folias de reis vão participar do tradicional encontro nacional que, todos os anos, toma conta das ruas do sítio histórico de Muqui. Em sua 63ª edição, o evento acontecerá no próximo sábado (21), ao longo de todo o dia, com homenagens e entrega de troféus à noite.

Considerado pelos historiadores o mais antigo e maior encontro de folias no Brasil, o Encontro Nacional de Folias de Reis de Muqui é um belo espetáculo da cultura popular e uma das marcas da identidade cultural do povo capixaba, reunindo grupos das regiões Norte e Sul do Espírito Santo e também de outros Estados brasileiros, como Rio de Janeiro e Minas Gerais.

A programação terá início às 8 horas, com a chegada dos grupos ao núcleo do sítio histórico e café da manhã. A abertura oficial do evento, com presença de autoridades, acontecerá às 10 horas, seguida de reunião com os mestres.

A partir das 15 horas, os grupos sairão em cortejo, entoando suas canções religiosas, em direção à Igreja Matriz da cidade para a benção. Em seguida, as folias serão recebidas nas casas históricas.

O encontro fomenta turisticamente a cidade, com aproximadamente cinco mil pessoas, além dos foliões que participam do encontro.

Folia de Reis

A folia de reis é um festejo de origem portuguesa, ligado às comemorações do culto católico do Natal que, trazido para o Brasil, ganhou força no século XIX, nas regiões onde a cafeicultura prosperou, sobretudo nas pequenas cidades de Estados como Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo e Goiás.

Manifesta-se na passagem bíblica em que o menino Jesus foi visitado por três Reis Magos, denominados Belchior, Baltazar e Gaspar. Segundo o “Índice do Folclore Capixaba”, de Renato Pacheco e Luis Guilherme Santos Neves, “consiste na louvação dos Santos Reis indo os foliões à noite, pelas casas, apresentando seu canto e seu peditório... O grupo pode ser numeroso, sem indumentária própria, podendo levar à cabeça chapéus com enfeites de fitas e flores coloridas ou espelhinhos. Entre os participantes pode haver um ou dois palhaços vestindo roupa de chitão estampado, folgadona, atrás de máscaras de couro de animais”.

A visita às casas é feita por grupos organizados, muitos deles motivados por propósitos sociais e filantrópicos. Cada grupo é composto por músicos tocando instrumentos, em sua maioria de confecção caseira e artesanal, como tambores, reco-reco, flauta, rabeca (espécie de violino rústico), a tradicional viola caipira e sanfona.

Além dos músicos instrumentistas e cantores, o grupo muitas vezes é formado também por dançarinos, palhaços e outras figuras folclóricas, devidamente caracterizadas. Todos se organizam sob a liderança do Capitão da Folia e seguem rigorosamente os passos da bandeira, cumprindo rituais tradicionais de inquestionável beleza e riqueza cultural.

As canções são sempre sobre temas religiosos, com exceção das tradicionais paradas para jantares, almoços ou repouso dos foliões, nos quais se realizam animadas festas com cantorias e danças típicas regionais, como catira, moda de viola e cateretê. O propósito da folia não é o de levar presentes, mas de recebê-los do dono da casa para finalidades filantrópicas, exceto, obviamente, as fartas mesas dos jantares e as bebidas.

Sítio Histórico de Muqui

Durante o Encontro Nacional de Folias de Reis de Muqui, os grupos e a arquitetura local entram em harmonia. A tradição popular complementa o visual da acolhedora cidade, surgida no final do século XIX.

O município concentra um valioso acervo arquitetônico e urbanístico, construído em função de diversos ciclos econômicos, todos eles vinculados à produção cafeeira. São 170 imóveis entre casas, palacetes, igrejas e prédios públicos tombados pelo município.

Esse patrimônio guarda características de arquitetura eclética, requintada pelo apuro técnico de detalhes, que se destaca pelas fachadas decoradas com elementos florais e varandas laterais, com pinturas de temas de paisagem naturais, próprias do neoclassismo.

Programação:

8h Chegada dos grupos, com café da manhã, no núcleo do sítio histórico
10h Abertura oficial do evento
13h Reunião de mestres
15h Marcha das folias pelas ruas do sítio histórico e a benção na Igreja Matriz
17h Recebimento das folias nas casas históricas
19h Encerramento com homenagens e entrega de troféus na Praça Geraldo Viana

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